O Governo Municipal, atrav�s da Secretaria de Educa��o e Cultura, estr�ia em Marialva o ousado projeto da Cia. do Barco Voador, O Mercador de Veneza de William Shakespeare.

Dirigido por Pedro Ochoa, o espet�culo ter� apresenta��o �nica, hoje, quinta-feira, dia 07 de abril, a partir das 20:30 horas, no Cine Teatro Municipal Sonia Maria Silvestre Lopes.

N�o ser� permitida a entrada ap�s o in�cio do espet�culo.

Sin�pse

Bass�nio (Mateus Moscheta), um nobre veneziano que perdeu toda sua heran�a planeja casar-se com P�rcia (Mariela Lamberti), uma bela e rica herdeira. Seu amigo Antonio (Murilo Lazarin) concorda em lhe emprestar o capital necess�rio para que ele viaje at� Belmonte, no continente, onde vive P�rcia. Como Antonio � um mercador, toda a sua fortuna est� investida numa frota de navios mercantes que navegam em �guas estrangeiras. Ele ent�o faz um empr�stimo junto a Shylock (Ben-Hur Prado), um agiota que concorda em emprestar o dinheiro, desde que Antonio empenhe uma libra de sua pr�pria carne como garantia. Quando Bass�nio chega a Belmonte, descobre que para ganhar a m�o de P�rcia ter� que se submeter a um teste envolvendo tr�s arcas, deixado pelo pai da mo�a antes de morrer e ainda recebe a noticia que os barcos de Antonio naufragaram e ele perdeu toda sua fortuna, estando sua vida, agora, nas m�os de Shylock.

Sobre O Mercador de Veneza

O Mercador de Veneza confronta o que h� de melhor e que h� de pior na alma humana: toler�ncia , intoler�ncia, usura, benemer�ncia, amizade, vingan�a, interesse, paix�o, romance e sublime poesia.
Enquadrada entre as com�dias do bardo ingl�s, � uma pe�a peculiar, pois se desenrola de tal forma, que a dramaticidade imp�e-se sobre o gracejo, e desvela seu sentido tragic�mico. O enredo transita por duas �ticas: de um lado o penhor de uma libra de carne,e o fio condutor rom�ntico, o da escolha do noivo por meio de cofres de diferentes materiais e significados.
O Mercador de Veneza enfoca dois discursos que se frontalizam e onde as personagens n�o s�o pass�veis de concilia��o: Shylock, o judeu e Ant�nio, o mercador crist�o, n�o nos permitindo, as mais das vezes, um distanciamento impessoal, pois Shakespeare consegue envolver entre as quest�es que permeiam a tragicom�dia, os conflitos que moram no cora��o dos homens. Nos inquieta porque os princ�pios �ticos e o contexto legal nem sempre se harmonizam e as raz�es e contra-raz�es se chocam num clima passional, excedendo-se a precariedade jur�dica com a exercita��o das palavras, das falsas verdades e das manipula��es ideol�gicas.
O ?Mercador de Veneza? e sua dial�tica de drama hist�rico, nos faz ver que a justi�a que n�o � feita em seu momento preciso, gera injusti�a e essa por sua vez torna-se vingan�a.

Origem da pe�a

?A trama de O Mercador de Veneza � o resultado da mistura de duas outras de origens diversas, mas dotadas ambas de fortes caracter�sticas de narrativas tradicionais como os contos de fadas ou os do folclore. Uma escolha a ser feita entre tr�s op��es, duas erradas e uma certa - e que tanto podem ser objetos quanto pessoas - tem sido apresentada em incont�veis manifesta��es com toda esp�cie de variantes, como por exemplo, O Amor de tr�s laranjas, Cinderela ou as tr�s irm�s de Rei Lear; mas a quase-totalidade do enredo tal como ele se apresenta nesta com�dia, Shakespeare o encontrou na hist�ria de Gianetto em uma colet�nea de novelle italianas intitulada Il Percorone, que foi escrita - ou talvez apenas organizada - por Ser Giovanni Fiorentino, escritor de quem n�o se conhece qualquer outra obra. Nesta fonte, no entanto, a prova da conquista da mo�a � apresentado sob a forma de o candidato ag�entar uma noite inteira acordado, sendo que os dois primeiros s�o adormecidos com son�feros ministrados �s escondidas; a variante com tr�s arcas, por outro lado, o poeta pode ter tirado do poema Confesso Amantis, de John Gower, do Decameron, de Boc�cio, ou da veneranda Gesta Romanorum, que nasceu no s�culo XIV mas teve duas edi��es em ingl�s no s�culo XVI.
A hist�ria do pagamento de uma d�vida por meio de uma libra de carne tamb�m poderia ser encontrada em bom numero de fontes, sendo que ao menos duas seriam de f�cil acesso para Shakespeare, a popular A Balada da Crueldade de Geruntus, que data de antes de 1590, e O Orador, uma colet�nea de ora��es, dentre as quais se encontra a que leva o t�tulo de um judeu, que queria, por uma d�vida, obter uma libra de carne de um crist�o. ?

Contexto Social

?A cria��o de O Mercador de Veneza, parece refletir com bastante precis�o a forte onda de anti-semitismo que varreu Londres em 1593-94; Rodrigo Lopez, um judeu portugu�s que havia atingido a elevada posi��o de m�dico pessoal da rainha Elizabeth I, envolveu-se em uma complexa trama pol�tica (em torno de Portugal e n�o da Inglaterra) e acabou acusado de tomar parte de uma conspira��o para assassinar a soberana. Hoje em dia h� quase que total certeza de que a acusa��o feita a Lopez foi forjada, mas na �poca o clima ficou muito violento, e o m�dico judeu efetivamente foi enforcado em junho de 1594.?

?Durante o per�odo da Segunda Guerra Mundial, Shylock foi interpretado como impressionante defensor da dignidade de sua ra�a, vitima de constantes persegui��es de um cristianismo cruel.?

** B�rbara Heliodora � uma das maiores autoridades em Shakespeare no Brasil e � de sua autoria uma das melhores tradu��es da obra para a l�ngua portuguesa. Os trechos acima s�o de seu livro, publicado pela editora Nova Fronteira em 1989.

O Autor

William Shakespeare nasceu em Stratford-on-Avon, Inglaterra, no dia 23 de Abril de 1564 e morreu no mesmo lugar em 1616. Como o dramaturgo mais popular do mundo e g�nio da humanidade,, nos desafia h� mais de 400 anos a conhecer seus personagens m�ticos. O contador de hist�rias ingl�s, usou o teatro, meio de comunica��o direto, para nossa recrea��o e reflex�o. Nenhum autor na literatura gozou ou goza de tanto prest�gio como William Shakespeare. As situa��es por ele retratadas passam pela ambi��o, poder, amor, avareza, velhice, ci�mes e racismo. Era profundo conhecedor da B�blia, do Latim, do Grego, do Ingl�s, dos grandes pensadores renascentistas e das cr�nicas hist�ricas. Casou-se aos 18 anos e teve 3 filhos. Em 1589 viajou sozinho para Londres e l� iniciou sua carreira de escritor. Escreveu dramas hist�ricos, trag�dias, com�dias, obras l�ricas e in�meros sonetos. Entre suas obras mais famosas est�o Hamlet, Otelo, Rei Lear, Macbeth, Romeu e Julieta, A Megera Domada, Ricardo III, Sonho de Uma Noite de Ver�o, A Tempestade, O Mercador de Veneza e Henrique IV.

MACHADO DE ASSIS (apud NUNES & NUNES, 1989, p. 16) explica o poder liter�rio que o poeta ingl�s exerce ainda em nossos dias: ?um dia, quando j� n�o houver Imp�rio Brit�nico nem Rep�blica norte-americana, haver� Shakespeare; quando se n�o falar ingl�s, falar-se-� Shakespeare? e em JULI�N MAR�AS (1977, p. 179) se encontra a resposta para o enigma William Shakespeare, quando ele diz: ?H� quatrocentos anos William Shakespeare nascia, mas vive ainda hoje fragmentado nos mil dramas memor�veis, nos milh�es de palavras que brilham como folhas, que resistem � morte e, juntas, recomp�em o mist�rio de sua personalidade esquiva.?

Ficha T�cnica

Texto William Shakespeare
Dire��o e Adapta��o Pedro Ochoa
Assistente de Dire��o Mateus Moscheta
M�sicas e Trilha Maestro Rael Gimenes
Cen�rios e Figurinos Flavio Costa
Ilumina��o Eduardo Natal
Dire��o de Produ��o Ben-Hur Prado
Produ��o Executiva Ellen Humphreys
Assistentes de Produ��o Luci Rodrigues
Fotografias N�gela Souza
Operador de Luz Amauri Martins
Operador de Som Rael Gimenes


Elenco:
Ben-Hur Prado
D.X.
Elison Pereira
Ester Bello
Flavio Cardoso
Flavio Costa
Luciano Rodrigues
Mariela Lamberti
Mario Takeguma
Mateus Moscheta
Mayara Pulga
Murilo Lazarin
Paula Barbosa
Val�ria Bonif�cio

Servi�o:

? Espet�culo: O Mercador de Veneza de William Shakespeare
? Cine Teatro Sonia Maria Silvestre Lopes
? 07 de abril (quinta-feira)
? 20:30 horas
? Pre�o �nico: R$ 10,00
? Venda de Ingressos: Pa�o Municipal; Casa da Cultura H�lio Depieri; Secretaria da Educa��o e Cultura; R�dio Rural FM; Miro`s P�o; ACIMAR; e loja Estrela Nua
? Recomenda��o et�ria: 12 anos

Maiores informa��es: (44) 3232 1807 / 9962 0406 / 8811 0028.