Há décadas, Marialva é conhecida em todo o Paraná e em grande parte do Brasil pelas uvas cultivadas no município. Mas o que pouca gente sabe é que, nos últimos anos, a cidade também vem ganhando destaque em um outro segmento: a produção de cervejas caseiras.

No mês passado, durante o V Concurso Paranaense da Cerveja Caseira, realizado em Maringá, dois cervejeiros da cidade ganharam nada menos do que seis medalhas. Dionísio André de Souza, mais conhecido como “Mineiro”, teve quatro cervejas premiadas em três categorias: bronze no estilo Wild Sour, e ouro nos estilos Pale Lager, Wild Sour e Fruit Spice. Esta última, recebeu adição de uvas da espécie Isabel, colhidas em uma propriedade rural do município.

Além disso, uma das cervejas produzidas por Mineiro foi ouro no Best Of Show, o julgamento que escolhe a melhor cerveja do concurso e no qual são avaliadas somente as cervejas que ganharam medalha de ouro em suas respectivas categorias.

Outro cervejeiro caseiro de Marialva premiado nesse concurso foi Rafael Ayres Baena. Ele foi medalha de ouro na categoria Darck Ale, com uma Russian Imperial Stout.

Promovido pela Concerva - Associação dos Cervejeiros Caseiros de Maringá e Região, entidade da qual Mineiro e Baena são associados, o V Concurso Paranaense da Cerveja Caseira analisou mais de 130 amostras da bebida enviadas por produtores do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Essas cervejas foram avaliadas por um grupo de especialistas altamente experientes, que vieram de várias cidades do Paraná, Santa Catarina e até do Paraguai para julgar as amostras.
Colecionando prêmios

Além da paixão pela bebida, Mineiro e Baena compartilham histórias semelhantes no universo cervejeiro. Ambos começaram neste hobby em 2020, em meio à pandemia da Covid-19, e logo começaram a se destacar na cena cervejeira paranaense.

Mineiro, que é cozinheiro de profissão, já ganhou mais de 20 medalhas em concursos cervejeiros por todo o país. Baena é professor de educação física, e desde 2020 também envia suas amostras para concursos. Para ele, a primeira medalha veio no ano passado e desde então os reconhecimentos se tornaram frequentes. Hoje ele acumula nove premiações, sendo que mais de uma ocasião, cervejas colaborativas criadas pela dupla foram medalhistas.

Produção sem fins comerciais

Por se tratar de fabricação caseira, as normas sanitárias vigentes no país não permitem que as cervejas dos dois marialvenses sejam comercializadas. As produções deles ficam restritas ao consumo doméstico, concursos e aos encontros nos quais cervejeiros caseiros se reúnem para degustar suas bebidas, trocar experiências e se confraternizar.