O enfrentamento do contencioso ambiental, expresso na solução de inúmeros problemas, como a recuperação das matas ciliares e o fim do ?lixão?, resultou em avanços expressivos que transformam o município numa referência regional.

Marialva investe em meio ambiente e se transforma em referência regional

Segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

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No Dia Internacional do Meio Ambiente, comemorado nesta quinta, 5 poucas cidades da região podem exibir um balanço tão otimista quando Marialva com relação às questões ambientais. O enfrentamento do contencioso ambiental, expresso na solução de inúmeros problemas, como a recuperação das matas ciliares e o fim do ‘lixão’, resultou em avanços expressivos que transformam o município numa referência regional. 
 
Marialva foi o primeiro município da região a satisfazer a legislação que normatiza a recuperação e preservação de matas ciliares. A área rural da cidade é cortada por 17 córregos que juntos somam 680 quilômetros – e a cobertura vegetal desses riachos foi totalmente restaurada, fazendo ressurgir pacas, preás, catetos e cotias, conforme apontam agricultores.
 
A recuperação das matas ciliares faz parte de um projeto de preservação que também alcança a área urbana, onde diversas ações foram implementadas não apenas para revitalizar a arborização, mas também para garantir maior segurança. A substituição de árvores antigas por mudas já desenvolvidas atendeu à necessidade de resolver diversos problemas.
 
“As árvores têm um tempo de vida e quando envelhecem começam a causar muitos problemas, daí a necessidade de substituí-las”, afirma O ex-secretário do Meio Ambiente e Agricultura de Marialva, Luis Carlos Stéfano, que deixou o cargo no último dia 31 em cumprimento à legislação eleitoral para se colocar como pré-candidato a prefeito pelo PSDB.
 
Além dos riscos de queda, com inevitáveis prejuízos para proprietários de imóveis, raízes de árvores costumam avançar sobre residências e causar muitos estragos e incômodos. “Esses são apenas um dos muitos problemas provocados pela arborização, que exige manejo adequado”, lembra Stéfano. A substituição das árvores foi precedida de ampla campanha de conscientização.
 
Para atender a demanda por mudas, a prefeitura criou o viveiro municipal para produzir as espécies adequadas à recomposição das matas ciliares e à arborização urbana. “Essa era uma condição indispensável para o sucesso da iniciativa de atender as exigências do Instituto Ambiental do Paraná”, acrescenta Luis Stéfano.
 
Lixo urbano
O município também se destaca no tratamento do lixo urbano, sendo o primeiro e um dos únicos municípios da região a dar destino adequado aos resíduos domésticos e, assim, cumprir a legislação ambiental. Inaugurado em 2003, numa área de 66 mil metros quadrados, o aterro sanitário municipal atende a todas as exigências dos órgãos ambientais.
 
A construção do aterro pôs fim a um problema que se que se arrastava desde a fundação de Marialva: o lixão a céu aberto que funcionava ao lado do cemitério e poluía a maioria dos bairros da cidade. Fumaça e bandos de moscas perturbavam os moradores. Dezenas de pessoas, entre elas crianças, garimpavam lixo no local. Isso tudo acabou.
 
A construção do aterro viabilizou a adoção do projeto de coleta seletiva e a criação da Associação dos Coletores de Material reciclável de Marialva (Aclimar), onde trabalham quase duas dezenas de pessoas que recolhem cerca de 12 toneladas de lixo por mês. A importância da coleta seletiva é reforçada através de ampla campanha junto à comunidade.
 
Enquanto o lixo doméstico vai para o aterro e parte dele é processado na forma de resíduos recicláveis, os detritos gerados pelos hospitais, farmácias, laboratórios, clínicas médicas e lojas de produtos veterinários seguem para um aterro industrial em Curitiba, onde é incinerado de acordo com técnicos ‘ecologicamente corretas’.
 
Outro projeto desenvolvido pelo município para resolver seu passivo ambiental está em fase de implantação a um custo inicial de R$ 300 mil. Trata-se das obras de expansão das lagoas de tratamento de esgoto em construção às margens do Ribeirão Sarandi. O projeto prevê a construção de três lagoas, que incorporará modernas soluções tecnológicas.
 
As lagoas dobrarão capacidade de tratamento de esgoto geado pela área central da cidade e estão inseridas de projeto mais amplo que alcança todo o entorno da obra, constituindo-se numa iniciativa que não se propõe a resolver apenas um problema pontual. “Toda a área será revitalizada, acabando com o passivo ambiental ali existente”, afirma Luis Stéfano.
 
“Ainda temos problemas a resolver, mas não resta dúvida que a contabilidade dos avanços registrados na área ambiental é mais que positiva e a solução de alguns passivos contribuíram decisivamente para a melhoria da qualidade de vida”, avalia o prefeito Humberto Feltrin, convencido de que o desenvolvimento precisa ocorrer de forma sustentada. “Não há outro caminho para o futuro”, acrescenta.  
 

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