Encontro reúne cerca de 300 produtores de uva e marca inauguração do centro de eventos no Parque da Uva, oportunamente denominado de ?Casa da Uva?

?Casa da Uva? do Parque da Uva

Segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

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A realização do 21º Encontro de Viticultores, ontem, 7, em Marialva, marcou a inauguração do centro de eventos do Parque da Uva, oportunamente denominado de ‘Casa da Uva’. “Esse é um momento histórico”, como bem definiu o presidente da Associação Norte Paranaense de Estudos em Fruticultura (Anpef), Werner Genta.

 
O entusiasmo do dirigente se justifica: durante a cerimônia de abertura do encontro, a prefeitura e a entidade celebraram convênios que transferem para a associação a gestão da ‘Casa da Uva’ e a cessão, em regime de comodato, de área de 15 mil metros quadrados dentro do Parque da Uva para a realização de pesquisas.
 
“Nada mais natural que a associação cuide desse espaço, considerando seu envolvimento com a atividade vitícola e a enorme contribuição que tem dado para o avanço e fortalecimento do setor”, disse o prefeito Humberto Feltrin, cujo governo consagra prioridade à produção de uva, tendo em vista que a atividade ancora o desenvolvimento econômico do município.
 
Participaram dos eventos no Parque da Uva, além do prefeito e autoridades locais, o deputado federal Odílio Balbinoti, o deputado estadual Luiz Nishimori, o chefe do escritório regional da Emater, Romualdo Faccin, o chefe regional da Seab, Renato Cardoso Machado e o presidente do sindicato rural patronal, Marcos Arthur Saldanha.
 
Encontro
Entre os diversos assuntos abordados durante o encontro destacou-se a plasticultura, tema abordado pelo professor da UEM Dauri Tessmann e o presidente da Anpef, Werner Genta. A associação, em parceria com instituições de ensino superior e de pesquisa realiza estudos para substituir o sombrite por cobertura mais rigorosa das videiras.
 
O objetivo das pesquisas é minimizar custos de produção com a redução do uso de agrotóxicos dos parreirais. O sistema alternativo ao sombrite reduz a umidade nas parreiras e, com isso, a incidência do míldio, fungo cujo controle exige a aplicação de defensivos. O míldio é um fungo que ocorre em áreas tropicais e pode causar perdas expressivas nos parreirais.
 
As condições climáticas favoráveis ao seu desenvolvimento são temperaturas de 20ºC a 25ºC e a umidade relativa do ar elevada. A presença de água na superfície das folhas e dos cachos favorece sua proliferação, obrigando o uso intensivo de defensivos para o controle da doença, o que aumenta o custo de produção.
 
O sistema impermeabiliza as plantas, deixando que água escorra apenas entre as ruas das videiras, reduzindo assim a unidade nos parreiras e minimizando as condições adequadas para o desenvolvimento do míldio. Mas a substituição do sombrite pelo plástico ainda esbarra no custo: enquanto o metro do sombrite custa em média R$ 1,50, o do plástico beira os R$ 5.
 
Pior: a durabilidade do sombrite é pelo menos cinco vezes maior que o plástico. “Na ponta do lápis o investimento hoje não compensa, mas a tendência é uma redução do custo do plástico a longo prazo. Então, estamos desenvolvendo uma alternativa ao sombrite para o futuro”, afirma Werner Genta, para quem a redução de agrotóxicos não é apenas uma questão de custos.
 
O mercado, cada vez mais exigente com relação aos produtos ‘ecologicamente corretos’, deve se tornar ainda mais rigoroso com relação a alimentos cultivados com o mínimo de agrotóxicos. Aliás, cada vez mais se populariza o conceito de agroecologia, onde se exercita procedimentos em que a aplicação de defensivos não é tolerada.
 
Alterações na nota do produtor, tendências climáticas, a uva vista pelo mercado e projeto de goerreferenciamento desenvolvido pelo município em caráter inédito no Estado também foram temas debatidos durante o encontro. A companhia de Teatro Circo Teatro Sem Lona fez uma apresentação especial no evento.

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